Em casa. (minha casa que não é minha e na qual já não ouso reclamar um espaço.) Num canto, onde habitualmente durmo, minha
grand-mere martela ritmicamente os botões de um teclado. Muito séria, dactilografa o relatório de uma conferência religiosa, enquanto eu...
sorvo de uma caneca. De estômago metafísico humildemente agoniado. reflicto silenciosa, absorvendo em reminiscência, aquecendo-o com sopa.
Vivo agora, dentro de mim ainda, o “a postriori” do filme que consumi há minutos . Que assisti, como se assiste (portanto participando)…e, como tal, porto o papel de uma parteira infeliz, debaixo dos meus 19 anos.
Porém, (e não obstante o doce velho vinho) guardo o decoro interior de não me ter arriscado num mergulho, mas sim, sobrevivido tempo suficiente à tona, de fora à distância; lençóis no caminho; não fosse o risível de tanto desconfortar meus fantasmas, me ter motivado uma contorção na cadeira e o levar as mãos à cara.
((((E se a minha mão descaiu muito brevemente numa direcção descendente terá sido no “tom” de ameaçar: “menina, que nem te passe pela ideia ficar aroused com tamanho alojo”))))
O erotismo puro é um terreno árduo e profundamente ténue.
E a beleza verdadeira vive nos inestimáveis momentos em que a essência sobe realmente à pele, evadindo-a, sem bulshit, quando, docemente ou de modo abrupto, o essencial despe-la de tudo.
Por esta visão, (e tudo isto é minha “humilde” opinião) terá talvez um filme (supostamente) não-pornográfico nunca ousado chegar tão próximo de cativar\supreender beleza… através de pessoas - em “intimidades”,- sem roupa, em simultâneo com tão pouco de seres “despidos”…- falhando tão Tontamente no que raio tencionavam passar,,,--»como este.
(Não és belo, como pretendes, filme…)
(désir)
Ou, porventura, tratou-se de pessoas (intermitentemente) despidas em combinações e através de um discurso secamente coberto.
A aproximação a um intimidade exterior a nós é tão facilmente um acto violento (e bem pior o enjoo se num prato servido a dois)….Mas SE VÃO FAZER UM FILME TENDO COMO FIM ATINGIR A P#$%& DA LUA MAKE SURE QUE AS VOSSAS FLECHAS NÂO CAIAM INUTILMENTE NAS IMEDIAÇÕES DO SOLO LUNAR!!…Porra.
E a minha avó? pergunto-me que teria feito e pensado.
A sua perspectiva teria sido tão cortantemente diferente da minha - enquanto ainda, decerto, negativa. -
Pergunto-lhe se alguma vez abandonou uma sala de cinema enquanto da projecção decorrente de um filme. diz-me que sim. Não a questiono adiante.
As mulheres são todas loucas. - Mesmo a minha querida avó. -
E dizes-me sempre tu que isso é que as torna seres de um interesse incrível, tanto que tudo o resto compensa. E às vezes as tuas palavras encontram lugar em mim, (mas só por vezes…).
E eu que amo as mulheres…(e à minha avó, e a ti que és homem, e normalmente a mim mesma……e à arte…) tenho um tímido medo, depois deste exemplo cinematográfico, do tempo que me demorará a voltar a sentir assim.
Agora o sono real, “nú”.
Embora ainda não possa despir-me de roupa sei que já o fiz de outra forma...disponível para a música doce que se ouve, a temperatura do ar…e sinto-me imperturbável. O filme já se apagou a si próprio. O que dele resta ficará para outro dia. Agora, neste momento e dia a vida é uma verdadeira monumental orquestra,
E deixarei de amar ser mulher por uma noite…
Deixarei as imagens de rostos e mãos
E amanha entregarme-ei à minha melodia
harmonicamente
anja
Night night
;)*