quarta-feira, janeiro 31, 2007

ATA de Domingo - recapitulando a ordem de eventos de um daqueles dias que não ocorrem todas as semanas...



Domingo dia 28/02/07

8.30am
Acordar em campo de Ourique, no quentinho, após 6 horas de sono, sair para os 3ºC da rua, apanhar o 720 para alcântara e o comboio linha de cascais para a parede.

Chegar à parede, correr que nem uma maluca para o CNG e passar 1.30h a jogar futebol sobre cimento com alguma família e amigos, chuva T O R R E N C I A L e frio, até não conseguir mais correr devido ao ensopamento das calças e piscina dentro dos sapatos. E QUE L I N DO !, eheh

- Um senhor surge de chapéu de chuva para nos observar, pensa certamente que somos completamente doidos. Gostava tanto ter filmado aquilo. Estamos a jogar mesmo bem -



15.00
Ir ter a Santos com um colega e amigo, discussão gigante com ele. Depois ir no carro dele até à faculdade fazer a montagem do nosso filme em conjunto.
Não trocamos uma única palavra.

18.00 saír da escola a pé, comprar vinho do porto(D. Antonia, nham!) no modelo, apanhar o 113 para belém e depois o comboio para o Estoril.

19.30 No Estoril, um carro americano à minha espera com um homem bonito de gadelha loira. É o Spencer, gajo porreiríssimo, ex-hippie com dois filhos fantásticos. Vou até a casa dele para que me empreste uma armadura de metal de teatro e uma espada verdadeira. Ele ata-me a armadura sobre o corpo. A filha dele faz-me uma trança. Depois falamos da vida dele, dos nossos ideais e escrevemos “jeanne d'arc” na armadura.

21.30 chegada a cascais à festa da minha grande amiga Jasmin, onde (segundo as pessoas que lá estavam) só um rapaz mascarado de Paris Hilton batia a minha outfit. Comer imenso, ver um bocado de um filme comercial mas estranhamente bom com o Jack black. Aprender o jogo de cartas mais básico do mundo: “snap”.

23.00 boleia de carro, com um rapaz e rapariga que conheci na festa, até ao Rossio enquanto ouvimos hardcore a dar para o emo. Descubro que a moça emo mora na amadora e então peço que ela fique com o meu casaco, para eu transportar menos coisas, e que o leve por favor à minha escola no dia seguinte. No problem. (porque é que não lhe deixei antes a armadura? Porque me sinto muito cool=P)

23.30 ainda de armadura, caminhar no rossio sozinha a ouvir musica (Jacques Loussier Trio plays Bach e yeah yeah yeahs) , ir ter com alguns colegas ao espectacular salão da “casa alentejana”.
Recusar vinho, conhecer uma moça venezuelana, muito simpática mas já completamente bêbeda que decide assumidamente que irá falar comigo até me conseguir convencer a votar “não” no referendo sobre o aborto.

24.00 – encaminho os meus colegas para o “Crew Hassan” onde vou buscar o acordeon e tento tocar bateria com os pés e acordeon com as mãos.


É como uma okupa, mas é antes uma “cooperativa cultural” onde cada divisão do andar de apartamento velho é quase uma obra de arte de potencial cinematográfico imenso e ao mesmo tempo bastante “caseiro”. A moça venezuelana conta-me a história da vida dela e sentamo-nos nos puffs numa das salas (vermelha e com dim light e uma mesa de mistura com uma bandeira reggae )

2.00am – no parque de estacionamento subterrâneo da praça da figueira, entramos os 8 num carro amarelo para no max 4 pessoas, todos empilhados, um rapaz meio de fora da janela, e vamos pelas ruas desertas com o frio a cantar Doors AT THE TOP OF OUR LUNGS =).(a armadura vai no porta bagagens)

2.15 – entramos num bar de campo de Ourique, do qual não me lembro o nome, muito pequeno, meio tipo bunker de temática desportista americana mas bastante cozy. A moça venezuelana adormece por completo. Pedimos uma garrafa de tequila ("tres ochos") e ficamos na conversa. Brindamos shots por tudo e por nada.

3.00 a minha boa amiga brasileira leva a rapariga da venuzuela, que dorme, a casa e depois volta.

3.30 eu semi despeço-me para sair mas convencem-me a ficar.

4.00 – pedimos a segunda garrafa de tequila, partilhamos agora as rodelas de limão, pedimos ao dono para pôr cds que eu trago (uma compilação de uma amiga e um best of dos the smiths) e falamos de cinema e poesia e amores. A mnha amiga brasileira começa uma conversa imensamente simpática e genuína comigo (como nunca a vi conversar, nem bebeda), sobre a diferença em como me viu antes daquela noite e naquela noite, e eu apetece-me responder com o que eu sinto mas sorrio por dentro ao me aperceber que há TEMPO futuro para tudo isso.


O colega com que discuti de tarde segura a minha mão e beija-a e eu faço o mesmo, mais tarde ele recita poemas enormes e fantásticos, como só ele sabepara o deleite de dois outros colegas.

5.00(mais ou menos) Já abracei e troquei dedicatórias amorosas com a maior parte dos amigos, um deles, segurando na garrafa de tequila que está no fim, põe-se em cima de uma cadeira (o dono do bar observa admirado) e começa um discurso em tom épico e apaixonado sobre querer futuramente fazer grandes filmes, e filmes com muita nudez mas uma coisa boa séria e filmes sobre os actores onde estes são tudo, (e outras coisas tais, meio babling mas nós ouvimos em grande admiração e carinho)

6.30 O dono do bar convida-nos, mas muito simpaticamente, a sair. Enfiamo-nos todos (agora 7) de novo no carro amarelo descapotável, percorrendo o caminho de 100 metros até casa do colega da discussão de manha, mas por alguma razão parva esquecemo-nos de sair do carro, enquanto uns dormem, continuamos a cantar as musicas que uns e outros trouxeram, como o “hit the road jack” do Ray charles e nouvelle vague.

7.30 no quarto do colega tentamos ver o fime “un chien andalou” do Buñuel, e o C. comenta a genialidade do filme com entusiasmo, mas depois rimo-nos e desistimos de ver. A segunda moça da Venezuela (eram 2) adormece na cama do meu colega e o C. a seu lado de seguida.
Depois baixamos os estores para fingir que é noite ainda.

8.00 eu e outros 3 rapazes transformamos uma zona do quarto numa área de dança e dançamos como se não houvesse amanha e ninguém estivesse a ver, coisas tão variadas como o tributo dub aos pink floyd, e violent femmes e até sting, enquanto a minha amiga brasileira observa encolhida numa cadeira e sorrindo de vez em quando para nós.

8.30 eu decido tomar uma atitude e sair com ela e a venezuelana para nossas casas (são perto), mas mal descemos as escadas lembramo-nos que precisamos de coisas do carro e somos obrigadas a voltar a subir.

9.00 estamos na rua e é dia; o colega do discurso épico pede-me para tocar a “Creep” dos radiohead no acordeon, eu atrofio e acho que não sei tocar e tento aprender de ouvido. Entramos num café de esquina, eu bebo um ucal quente, alguns dos outros cerveja(!) e continuo a tocar, até o empregado do bar cantarola a musica e o colega do discurso épico berra a musica em meu apoio.

11.00 chego a casa, abraço a minha avó e preparo-me para ir para a escola. Decido que vou ficar acordada até à noite, ocupar-me com montes de coisas, para voltar ao horário normal de sono,. Decido também que assim que tiver tempo vou escrever um resumo da noite para mais tarde recordar…

(…..) escola, casco pela moça emo, armazéns do chiado

18.30 – no eléctrico que vai da praça do comercio à Ajuda adormeço uns 30 mins no ombro da M.(o que acontecerá provavelmente também após o nosso hipotetico casamento aos 60 e tal anos..eheh).

Deito-me de verdade à 1 da manhã de segunda-feira, sem sonhos, após 1 filme e 5 séries no meu portátil novo enfiadinha na cama e depois de uma sopa quentinha.

zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz....


quinta-feira, janeiro 25, 2007

7028.8 dias....

quarta-feira, janeiro 24, 2007

23/1/07 - poetria em construção (dedicada ao filho de um homem que não é um coreógrafo famoso)

Bandeiras ocultas em gotas de chuva gritantes
«Rosa»
No autocarro, passo a passo,
rostos gastos de contentamento distante
depois disparos, efervescentes, daquela poesia extasiada, adornada
de nossos risos, joviais na mecanicidade do trânsito

«nus»
…prontos a reconquistar a eternidade
assim que terminarmos esta cerveja,
descolarmos nossos ombros lavados formatados aos confins do sofá...

logo após um derradeiro cigarro -- amores, o mundo espera...-- aussi o último
fôlego

«mãe»

Fumo rodopiante no ar
livre,
agora despreocupado, desfolhado de som

-»A neblina fugiu nas hélices de helicópteros obtusos.
"oh ternura inútil!"

Mar.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

primeira carta do ano ao pessoal CISVSeminar-BeloHorizonte-2006...

… yesterday at around 4 am i left the house of a dear friend of mine, with sam – people were still singing songs on a guitar when we left, and there was still a lot of food around – We walked down some dark roads to look for a cab to take us to sams hotel and my grans home so that we could sleep 4 hours before meeting Kaan for the first time, for breakfast in praça da figueira square and then say goodbye, for now. 2007 in Lisbon, wow..
I ended up waking up a bit later. Swapping text messages with Kaan in intervals of sleep. Not certain which messages were actually sent and what was said in them. Then wearing the exact same clothes as yesterday, hugging my grandmother and taking a tram, then running - feeling grumpy and still on the effect of the previous night - to the nice café where dear Kaan and Sam were sitting outside in the sun, smiling. And the grumpiness disappeared and I felt really happy to have them there and here…

Right now. Images in my head, dancing around trying to stand still, “memories should be kept in ones pocket so that one can remember in which pocket they were kept” of the last 4 days…
Tiny chicha-pipe and smiles. An entire “bolo-rei” in sams dads tummy. The Christmas lights and metro. Gay-boy-underwear shop and fruit-flavoured absinth in front of a screen with danceable mtv music. Reminiscing about loved ones of all kinds. Walking uphill and downhill. Screaming “MUITAS QUECAS” (lots of sex) at the top of our lungs from a balcony with the view of 3 places with fireworks far away and a cemetery close by. Trying to understand why sam thinks Portuguese people are attractive, eheheh. Listening to Sam play amelie on the electric piano in my living-room. Playing “botten anna” on my red acordeon. Sweet caipirinhas. Trumps...=). A beautiful girl with nice earrings and dark dreadlocks - who for some reason we know will play a role in our lives sometime in the future - Wishing you were here. Seatleboy (spelt wrong) trying to call some of you, not reaching anyone, writing a postcard, taking cabs late, waking up with phone calls from Sam, not sleeping that much, studying during day time…remembering camp, and after-camp, and people, and will we be able to go to france in july? Languages, Things we want to do, all this..love

Right now I’m in my grandmothers house, where I’m living, alone. My whole family is cheerfully gathering on the other side of Lisbon for the first dinner of 2007, and I am absent, trying to finally start my paper for film school «««on the emergence of the german film industry previous and post first world war, and the connection between the themes of the films and germans innate cultural identity, plus the background of the most important film directos (Fritz Lang, Murnau, Lubitsch, Robert wiene, Pabst etc) --- I have to write 15 pages, and have already read 4 books and loved them but not written a single word --»»». Instead my head is drifting to a million places…
I’m thinking about the images which made me write what I wrote above, and the feelings related to them, my resolutions for this new year, what it means, 2007, thinking about Sam and Kaan and of course all of you too, and the things we shared together

Have an amazing 2007, my friends

Full of all the stuff that makes it so worth it to be here

May we keep on going =P
Hugs and kisses

Peace out!*