quarta-feira, julho 13, 2005

connistantze

sábado, julho 09, 2005

can't get enough..

sexta-feira, julho 08, 2005

lovely smiles lovely people

sábado, julho 02, 2005

the emperess of Parede

Esmeralda F. sits opposite us on the train to Parede.
She gives out a giggle, says she don’t like to see men with long hair and beards - «doesn’t he notice how dumb that looks?» (looks at us as to see if we agree ). - "He" means the “pica-man” that just passed by. -

Her own hair is dyed in a greenish yellow..

Esmeralda, alone and independent, a women of today, who understands (and promotes) the changes and the importance of evolution in a country, in society, in our minds (the man looking dumb, it’s her taste talking, got nothing to do with not understanding modern ways, which she does unlike a lot of «old fools who walk this land.») -
This lady is wearing a thin black shirt, with a pattern of big dark red flowers on it, and carries a “muleta”(walking stick?*) with her.
Bearing two front teeth on her lower jaw that seem to dance to the rhythm of her words she moves gently and talks bluntly yet with no anger, like a very old battered and poor former-emperess.
We already love her.
Her face is wrinkled at its most and her eyes are very shinny, you could sink into them.
She is a very old women with a very young heart.

Esmeralda fala connosco: os seus ideais, a sua vida...mas não é um monólogo como podia muito bem ser tendo em conta a sua idade e tudo(e mais tarde apercebemo-nos disso com espanto)...realmente ouve o que temos para dizer e comenta-o, fala connosco com confiança decidida em nós e (ainda que por enquanto sejamos apenas “a juventude”), trata-nos como pessoas iguais.
Fala-nos de San Francisco, - de como atravessar a ponte no nevoeiro e o clima são coisas tão parecidas com as daqui - Fala do dia em que lá chegou, jovem, vinda da “parvalheira” (aka Portugal) e «abri os olhos», «evoluí».
Esmeralda explica-nos como era nessa altura Portugal, onde para se namorar era necessário passar pelas coisas mais incríveis, faze-lo às escondidas, mentir, não se podendo nem passear com um rapaz ou homem de qualquer espécie (ou afinidadde) sozinha pela rua.

E entretanto na Califórnia «vivia-se» davam-se “cocktail parties” e boites, meninos e meninas saíam juntos e divertiam-se a sério. Ao contrário de na "parvalheira", sabiam o que era viver, tal como hoje - disse-nos - a juventude sabe muito muito mais do que é feita a vida do que antigamente. -
A maior parte da sua família passed away – sua mãe « atrasadinha coitada»(mas de quem gostava muito) tinha medo de andar de transportes públicos, muito menos de avião–, refere-se constantemente às suas amigas hoje, as quais convida a passar dias na sua casa da Parede«para não estar completamente só e por causa dos assaltos» com quem vai a Sintra e à praia, com quem ri e discute os problemas sociais quotidianos e a vida que muitas viveram nos Estados Unidos da América na mesma época e que era melhor.
A maneira como fala, ainda que por vezes desmedida e “blunt”, é de uma grande lucidez e “tenderness” interior, e a maneira como se refere a Portugal como “a parvalheira” não é com maldade ou ponta alguma de arrogância, mas como alguém que já pensou muito nas coisas e decidiu, acabou com o tempo por definir e definir certas palavras (provavelmente agora de uso corrente entre as suas amigas, tais como “a parvalheira”.).

- Estamos agora na paragem de Oeiras, levantamo-nos tão embrenhadas na conversa, sem reparar que não é nossa a paragem. Sentamo-nos as quatro de novo. -
A nossa nova amiga nova lembra-nos que o governo em que vivemos, a forma em que vivemos, não pode ser chamada uma democracia e nós concordamos baixinho, consentindo, com a cabeça.
E continua serenamente mas com espírito, sorrindo às vezes com alguma coisa mais parva, e geralmente em sintonia com o que nós pensamos.

Compara Portugal com os Estados Unidos: as oportunidades (e acesso facilitado para os jovens nomeadamente a nível de ensino) e ainda a segurança e a maneira de “date” americana em que as pessoas se vão conhecendo melhor e os homens são mais cavalheiros, ao contrário de em Portugal onde há mais preguiça, os homens têm menos respeito e há o sistema de “não há ponto sem nó”.
Nós falamos das pessoas americanas que conhecemos e das nossas ideias e ela ouve com atenção.

Ri-se quando se lembra dos fatos de banho portugueses da sua época «já viram naquelas fotografias antigas? que ridículo!» e sorri mais.
Quando Esmeralda voltou dos States virou-se para sua mãe e diz que lhe disse «na na na na na..» (para se ver bem tem de se imaginá-la com o dedo indicador para a esquerda e para a direita com um sorriso maroto na cara) «..isto agora vai ser diferente, eu venho diferente e não me vai proibir de nada!».

Saímos as quatro na Parede. A amandine e a sara ajudam-na a caminhar melhor. Está aleijada porque foi vítima de um assalto, «e a polícia apanhou-os?»- nós -
«a polícia apanhou-os?? Eles é que me apanharam a mim!!»
Despedimo-nos em frente à SMUP.

Esmeralda F. diz que gostou muito de falar connosco e parece que sente mesmo as suas palavras. Não só gostou genuinamente de nós com confia ao ponto de me dar o seu nº de para irmos lanchar lá a casa um dia destes, dizendo o seu nome alto para eu escrever «Esmeralda Faria» com um sorriso juvenil na cara.
Nós dizemos que sim (and just for the record: claro que vamos!).

E pronto, é assim, vamos por caminhos diferentes, nós as três sentindo «wow!»
«que incrível, que senhora incrível, e reparaste nisto e não achaste isto? Ya, podes crer..»

2 wonderful people in two days

E. Faria…the world is still yours!

*And ps: We’ll bring cookies..
Oh america...tanto que tu és!...e tão pouco que falta para eu te ver com os olhos...


*(foto by dakota in alaska, here until I replace it with something she wrote but didn't send by mistake)

sexta-feira, julho 01, 2005

descoberta musical do dia. lindo lindo lindo!


de Carlos Cano

"En las noches de luna y clavelde
Ayamonte hasta Villarealsin
rumbo por el rio, entre suspiro
suna canción viene y vá

Que la canta María
al querer de un andaluz.
María es la alegría,
y es la agonía
que tiene el sur.

Que conoció a ese hombre
en una noche
de vino verde y calor
y entre palmas y fandango
la fue enredando, le trastornó el corazón.

Y en las playas de isla
se perdieron los dos
donde rompen las olas,
besó se entregó.

Ay,
María la portugesa
desde Ayamonte hasta Faro
se oye este fado por las tabernas
donde bebe viño amargo

porque canta con tristeza?
porque esos ojos cerrados?
por un amor desgraciado,
por eso canta, por eso pena.

¡Fado! fado porque me faltan tus ojos
¡Fado! porque me falta tu boca
¡Fado! porque se fue por el rio
¡Fado! porque se va con la sombra

Dicen que fue el te quiero
de un marinero, razón de su padecer
que en una noche en los barcos
de contrabando, p'al langostino se fue.

Y en las sombras del rio,
un disparo sonó.
Y de aquel sufrimiento,
nació el lamentode esta canción."

carlos cano - maria la portuguesa

O artista

no bairro

Sandros skin and teeth tell us he is about forty or something.
He is wearing black pants and a black (slightly too big for him) band t-shirt. His hair is very long and combed (from the back you could get the impression he was in fact a teenage rocker girl). His voice, the sound of it, his ability to make it change and his presence in general, is magnificent.
Sandro’s Brazilian. He sits on a black stool with a black acustic/electric guitar and smiles at us widely as we come in. “Darn you just got here for the last song…” (with sadness, in Portuguese, half of him smiling still.) We say “No!”, we make him go on. You can tell he is genuinely happy now, flips through his book, we get us some shots, he sings bob Dylan pink Floyd and Simon & Garfunkel to us, for us... We know every song of course, sing it with almighty spirit, loud and firmly, facing him - we're like a 6 person audience to a concert (hardly anyone else is around there). -
Sandro goes into Janis Joplin at a really high pitch for a man, a lot of the time not knowing the lyrics that well (says his English is not that good) but still beautifully, making them up sometimes as he goes, singing the exact same way he probably would for a crowd of 2thousand people sitting down.

And in the end of pinkfloyd songs he gives out the echoes and noises these little incredible sounds with his voice while he tosses his hair around a bit. We are “encantados” by him.
We dink our shots (Sara spills half of hers), Tiago says “dude you gotta know “summertime”! it’s the best song ever!”, I flip through his book of lyrics, he says bob dylan has too many words. We (audience)talk between ourselves, stuff like the blog we are going to create, and how fado should be for everyone and not so god damn expensive, and this summer and stuff…Tiago wants me to ask him to play hendrix(he is being silly).

Sandro stops in the middle of a song to say how great we are to like this kind of music. We sing even louder (getting a bit drunk now, at least me), Daniela goes off to find “bolos”, I give Sandro my phone number when he asks me for it, and I tell him we’ll come next Thursday.
Daniela comes back (with no bolos) - it's late for us "Paredenses" who have trains to catch all the time - Sandro plays a song with goodbye in it and we leave waving, smiling, singing...

S.
you definitely rock, man
*